Frivolidade e conteúdo



"You’re considered superficial and silly if you are interested in fashion, but I think you can be substantial and still be interested in frivolity."  Sofia Coppola

"Você é considerado superficial e tolo se estiver interessado em moda, mas acho que você pode ser relevante e ainda se interessar por frivolidade." 


Essa frase de Sofia Coppola - cineasta cujo talento profissional, gosto por moda e estilo de se vestir são conhecidos do público - me fez parar para pensar em questões como futilidade, conteúdo, leveza e como isso tudo gera opiniões diferentes e tem efeitos diversos na vida das pessoas.


É claro que não se pode generalizar e afirmar que todos fazem isso mas,  falando de maneira geral, as pessoas têm uma tendência a rotular outras. Isso é compreensível, já que algumas características da personalidade e da maneira como nos mostramos ao mundo - através de nosso comportamento e da imagem que passamos aos outros -, costumam ser  mais marcantes que outras e, dessa forma, acabam por gerar esses "rótulos".        


O que não é legal é deixar que esses rótulos façam as pessoas acreditarem que uma pessoa é, por exemplo, alguém apenas fútil porque gosta de roupa ou séria demais porque é muito estudiosa. Ninguém costuma ser uma coisa só.  Somos multifacetados, temos interesses diversos e podemos encontrar um ponto de equilíbrio entre eles. Posso gostar de mergulhar no mundo das ideias, das emoções, das leis, da medicina, da tecnologia e, ao mesmo tempo, interessar-me por temas ligados às artes, à gastronomia, ao mundo da beleza, aos esportes, à moda ou à meditação. Por isso penso que Sofia Coppola está coberta de razão. Hoje vejo que é perfeitamente possível ter conteúdo e ao mesmo tempo gostar de uma "futilidade", de algo considerado superficial. 


E, verdade seja dita, quem gosta de moda e estilo sabe o quanto isso pode ser divertido, dar um colorido especial à vida e ajudar na autoestima! 


Muitas vezes, o que chamam de futilidade traz para a vida uma leveza que é importante e útil. Sabemos que a vida exige que assumamos compromissos, demanda responsabilidade e nos impõe situações que nos desafiam, podendo fazer com que cheguemos ao nosso limite. Na busca do equilíbrio, é importante que tenhamos momentos para aliviar o peso das ocasiões difíceis, das tragédias insistentemente noticiadas na tv, das pessoas que andam com uma nuvenzinha cinza sobre suas cabeças e só sabem reclamar.


Não dá pra viver o tempo todo só de ilusão, de superficialidades; é preciso investir no conteúdo interno, no aprimoramento intelectual, emocional e espiritual - isso é o que nos dá força e equilíbrio nos momentos difíceis da vida.  Mas também não dá pra viver mergulhado em questões profundas o tempo inteiro. Isso pode trazer um peso à vida e dificultar o nosso viver.

O caminho do meio é a melhor opção: um pouco disso e um pouco daquilo, o equilíbrio, a harmonia.

Mas é claro que isso não é uma verdade absoluta. É apenas a minha verdade, o que eu acredito. Cada um deve buscar a sua e vivê-la da melhor maneira possível.  



Denise Mattos


Imagem:  Prestige Online

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