O que eu aprendi depois dos 40
Fazer 40 anos de idade pode ser um momento angustiante para algumas pessoas. Há quem concorde com aquela frase que diz que " a vida começa aos 40" e há os que sentem-se quase entrando na velhice. Mas, acima de tudo, fazer 40 anos significa (embora não para todos) maturidade. A vivência nos traz uma certa sabedoria, vamos tirando lições importantes daquilo que vivemos.
A vida não tem manual de instrução. Estamos sempre aprendendo com nossos erros e acertos, com a experiência das pessoas ao nosso redor. Quanto mais autoconhecimento buscamos e mais investimos em nossa saúde mental - através de reflexão, terapia, boas leituras, superação das dificuldades -, maior a probabilidade de vivermos com qualidade de vida, equilíbrio emocional e compreensão do que se passa dentro de nós. E quanto mais perto chegamos da nossa harmonia interna, mais chances temos de lidar bem com os desafios que surgem na convivência e que nos são apresentados pela vida.
É claro que o que você lerá a seguir não é uma verdade absoluta. São apenas as minhas constatações, coisas que fazem sentido para mim. Você pode se identificar com elas ou não.
Depois dos 40 eu aprendi que ...
1. Ninguém muda ninguém
Por mais que você se esforce e tenha esperanças, não adianta; as pessoas só mudam se essa for uma decisão interna delas próprias.
2. Pra tudo existe solução; menos pra morte
Você pode estar numa situação para a qual não vê saída, sentindo-se sufocado pelo sofrimento, tentando tirar forças de onde você já não tem mas, ainda assim, sempre há uma alternativa. É preciso estar aberto para enxergar as possibilidades, que podem vir de alguma ajuda externa ou de dentro de você. Já vi pessoas em momentos de extremo sofrimento, com entes queridos em situações complexas, em que nada poderia ser feito para tirar essas pessoas queridas das situações em que se encontravam, até que a pessoa descobre que, apesar da impotência sentida, ela poderia ao menos dar apoio e carinho aos seres amados naquele período. E isso fez toda a diferença.
Mas morreu, já era. Aí sim, não tem mais jeito. Nada mais pode ser feito.
3. As mudanças no corpo e no rosto são visíveis, mas fazem parte do processo natural de envelhecimento:
O corpo e o rosto começam a dar sinais de que você já não é mais o(a) mesmo(a) e, então, você sente que é hora de começar a se acostumar com as mudanças trazidas pelo envelhecimento. Você pode começar o exercício de enxergar a si próprio e aos outros além da aparência, perceber que cada idade tem a sua beleza e aceitar o envelhecimento como uma etapa natural da vida, pela qual todos passam ou você pode se desesperar e correr para o dermatologista, a fim de dar início a uma série de procedimentos estéticos que irão fazer parte da sua realidade a partir desse instante.
4. Cada um só dá aquilo que tem:
Só porque algo é óbvio para você não significa que é óbvio também para o outro.
As pessoas estão em níveis de maturidade, evolução e autoconhecimento diferentes. Não espere que o outro vá agir da maneira como você agiria. O outro não agirá de forma equilibrada se ele não tem equilíbrio emocional a oferecer.
5. Sair de casa vestido(a) de qualquer jeito já não fica tão legal. Mas isso não precisa ser uma regra, pois cada pessoa tem um estilo:
Sair de casa de calça jeans rasgada, t-shirt surrada, tênis e cara lavada... Isso fica ótimo nos jovens! A juventude tem um frescor que permite ao jovem usar qualquer coisa e, ainda assim, ficar cool. Depois dos 40, a coisa muda de figura. É legal dar uma caprichada no visual, aprender a realçar o que se tem de melhor e a não evidenciar o que já não é mais tão bonito. Mas só se isso for importante pra você, é claro! Afinal, o que vale mesmo é você se sentir bem e estar em sintonia com o seu jeito de ser. Além disso, depois dos 40 a gente já não dá mais bola para a opinião dos outros sobre a nossa imagem.
6. Não desperdiçar energia:
A maturidade pode fazer com que sejamos cada vez mais seletivos e aprendamos a distinguir quais situações merecem o nosso investimento de energia, e quais não merecem. Passamos a entender que nem toda briga vale a pena e nem toda discussão merece a nossa opinião. O silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
7. Enxergar a beleza das coisas simples:
A vida passa rápido, a rotina é corrida e isso acaba impedindo as pessoas de enxergarem a beleza de pequenos instantes do dia. Pode ser uma flor que está no caminho por onde você passa, um prédio com uma bela arquitetura ou uma casinha simples, mas caprichosamente pintada e cuidada. Pode ser um passarinho cantando de manhã cedinho, um abraço que você dá em quem ama ou um momento que você tem em casa enquanto lê aquele livro, saboreia aquele café ou escuta aquela música que você adora. Você escolhe o que perceber. O importante é que seja algo que te possibilite ter um instante de beleza e descanso na sua rotina. Eu sei que isso pode ser um desafio e tanto, pra maioria das pessoas que estão sempre correndo e são submetidas ao estresse diário. Mas não é algo impossível.
8. Aceitar o que vier:
A aceitação é fundamental na vida. E dificílima, quando nos deparamos com acontecimentos sobre os quais não temos qualquer controle e nos machucam, nos revoltam, nos entristecem. Aceitar perdas, decepções, tragédias, fatos que ocorrem contra a nossa vontade e que modificam nossa vida, afetando em cheio nossas emoções, é um processo cujo caminho precisamos percorrer, querendo ou não. Como diz a sabedoria popular: "aceita que dói menos".
9. Cuidar das emoções:
Isso eu aprendi há tempos; bem antes dos 40. Mas achei interessante incluir esse quesito nessa lista porque investir em saúde mental é condição essencial para se viver bem. Deve-se cuidar tanto dela quanto da saúde do corpo. Uma mente em desequilíbrio pode adoecer um corpo sadio.
10. Manter o foco nas coisas boas e cultivar a gratidão:
Viver não é fácil: exige equilíbrio, paciência, persistência, coragem e uma série de outras virtudes. Quanto mais velhos ficamos, mais conhecemos sobre a vida e o ser humano. Depois dos 40 e tantos, a chance de perdermos pessoas queridas ou termos que lidar com doenças pode aumentar. Às vezes, viver - e conviver - pode se tornar algo pesado.
Mas a vida é feita também de coisas e pessoas boas, que nos abastecem de alegria e esperança para continuarmos nossa jornada. Por isso é tão importante focar nas coisas boas: para se ter a leveza para seguir adiante e a força necessária para enfrentar os obstáculos que surgem no caminho, sem esmorecer. É aí que entra a gratidão, que nos torna cada vez mais conscientes dos momentos bons que vivenciamos nessa vida, sejam eles simples ou grandiosos. Apesar da existência de fases ruins, a gratidão mantém nosso foco nos acontecimentos bons.
Denise Mattos
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