Que tal... tornar-se um bom ouvinte?




O ser humano demanda atenção. Deseja ser ouvido, compreendido, quer sentir-se importante, valorizado, amado. Mas em tempos de individualidade extrema, quando as pessoas mal conseguem ter um momento para si próprias em meio à correria e às pressões da rotina diária, encontrar alguém que ofereça ouvidos sinceramente dispostos a uma escuta acolhedora, vem se tornando uma missão cada vez mais difícil.

Temos dois ouvidos e uma boca, não por acaso, disse o filósofo. É para que possamos ouvir duas vezes mais do que falamos. Mas experimente fazer um teste: conte a alguém algo que esteja acontecendo com você. Seja lá quem for o seu ouvinte - um colega de trabalho, um familiar, um vizinho ou um estranho num transporte público -, provavelmente você perceberá que o outro não lhe escuta para compreender, mas sim para responder e logo começar a falar algo sobre si. Poucas são as pessoas que hoje em dia lhe fazem perguntas sobre você, se interessam verdadeiramente sobre o que se passa com suas emoções. Essa tem sido uma reclamação constante e uma das razões para as pessoas procurarem os consultórios de psicologia, que são os espaços ideais, onde os indivíduos podem ser ouvidos nas suas questões mais profundas e serem compreendidos, sem serem julgados.

Tornar-se um bom ouvinte é mais do que saber silenciar-se para que o outro se manifeste; mas não é uma tarefa impossível. É preciso tirar o foco de si mesmo para estar aberto e atento ao outro. Isso significa estar realmente presente naquele instante, manter contato visual, não interromper o seu interlocutor, mostrar-se disponível. Ter a capacidade de sentir , um mínimo que seja, de empatia pela pessoa com quem você está dialogando. É demonstrar interesse pelo o que a pessoa tem a dizer. É mostrar-se humano e ter a sensibilidade de perceber a necessidade daquela pessoa, naquele momento, de expressar suas emoções. 

Que tal tentar ser um bom ouvinte?

Denise Mattos

Imagem: reprodução
        

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